Falar que alguém possui skeletons in the closet (esqueletos no armário) significa que essa pessoa tem segredos dos quais se envergonha ou mesmo crimes que não podem ser revelados. A descoberta desses segredos, assim como a de um esqueleto guardado dentro de um armário, seria ao mesmo tempo chocante e difícil de explicar.
Para entender a origem desta expressão é preciso retornar à Inglaterra dos séculos XVIII e XIX. Naquela época, já se sabia da importância de se entender a anatomia do corpo humano para diagnosticar e tratar doenças. No entanto o estudo da anatomia, e consequentemente da medicina, avançava a passos mais lentos do que se esperava devido às rígidas leis britânicas que limitavam o fornecimento de corpos para dissecação.
Surgiram então ladrões da cadáver conhecidos como body snatchers ou ressurreicionistas. Essas pessoas exumavam ilegalmente os corpos dos cemitérios e os vendiam aos anatomistas. Alguns chegavam a cometer assassinatos e vendiam os corpos antes mesmo de suas vítimas serem enterradas, como mostra a história da dupla escocesa William Burke e William Hare, no século XIX (se quiser saber mais, veja “Burke and Hare: in the name of Science”, um dos episódios da série Lore, disponível na Prime Video).
Claro que quando as pessoas tomaram conhecimento de que os cadáveres de seus entes queridos estavam sendo roubados houve grande revolta, e as famílias começaram a alterar a estrutura dos túmulos, inserindo grades que dificultavam o acesso. Algumas até faziam vigília nas lápides para evitar roubos.
Finalmente em 1832, pressionado após o caso de Burke e Hare, o governo do Reino Unido aprovou o Anatomy Act, facilitando o acesso a corpos para estudos médicos, o que encerrou em definitivo a prática do body snatching.
Everybody has some skeletons in their closets, and the best thing to do is to always keep them there.
Todo mundo tem um esqueleto no armário, e o melhor a fazer é sempre mantê-lo por lá.